Prova à prova de cola
Você está cansado das pequenas trapaças que os alunos fazem na hora dos testes? Especialistas sugerem novas formas de construir as perguntas para levar a garotada a pensar mais e colar menos
Todo professor sabe que basta anunciar que haverá prova para que alguns alunos comecem a pensar... na cola. Ela pode até receber outros nomes, como no Nordeste, em que é chamada de pesca, mas fato é que todo mundo a conhece. A tentativa de enganar é tão velha quanto a própria avaliação - ambas parecem ter nascido ao mesmo tempo. As estratégias sempre foram criativas: copiar partes dos livros e das apostilas em pequenos pedaços de papel e escondê-los em canetas, escrever um resumo na mão ou em outras partes do corpo, passar para o celular as informações mais importantes, copiar as respostas do colega, trocar de folha com ele e por aí vai. Alguns educadores tentam controlar a situação ameaçando a turma, exigindo conteúdos não trabalhados previamente (ou outras pegadinhas), redobrando a vigilância e até lançando mão de avaliações-surpresa - práticas que, segundo os especialistas, não ajudam a entender o que os estudantes aprenderam. Outros preferem fingir não perceber o que a garotada está aprontando para não se estressar. Tanto os "durões" como os "amigos da turma" podem mudar esse quadro ao transformar as provas em momentos de reflexão e ajustar os ponteiros para permitir que todos avancem. Dois aspectos são essenciais para isso: explicar detalhadamente o que você espera com a avaliação e rever as questões propostas. "É preciso ir além da decoreba e levar os alunos a pensar para responder sem ter como colar", destaca Paulo Afonso Ronca, doutor em Psicologia Educacional e autor do livro A Prova Operatória.
Não dá para negar: alguns jovens tentam colar só para desafiar você - ou para provar, a eles mesmos, que são "mais espertos". Esse é um comportamento comum na adolescência e tem a ver com autoafirmação. Há ainda os que não conseguem atender à expectativa de saber tantos conteúdos de uma só vez. Esse sentimento se agrava quando, nas avaliações, o professor pede definições de fatos e conceitos ou lança questões com um grau de dificuldade maior do que o trabalhado em classe. Se o teste é para "ferrar a turma", é totalmente compreensível que a garotada prepare colas. Finalmente, existem os que trapaceiam só para garantir a nota mínima e passar de ano. Não importa o caso. É papel de todo educador compreender por que isso ocorre e tentar desenvolver estratégias para minimizar o problema.
No que diz respeito à prova em si, há algumas características importantes a levar em consideração no momento de prepará-la. De cara, um exemplo elementar, mas que às vezes é esquecido: só faça perguntas sobre os conteúdos trabalhados previamente e com uma estrutura similar à que eles foram vistos em aula. Ou seja, não dá para ensinar de uma maneira e cobrar de outra. A turma precisa estar familiarizada com o que é pedido. Da mesma forma, é essencial saber o que exatamente se quer que os alunos respondam, tendo clareza quanto aos objetivos específicos de cada item. Uma boa dica é construir uma matriz com o que se pretende verificar.
Um exercício interessante é ler as provas que você costuma propor e pensar se fica mais fácil respondê-las tendo uma cola à mão. Questões com recortes muito específicos - aquelas que exigem memorização e fazem pouco sentido - são um convite à cola. Por outro lado, perguntas reflexivas e que pedem relações entre temas e fatos diversos não deixam margem para colar (leia, nas últimas páginas, exemplos de questões de Língua Portuguesa, Matemática, Língua Estrangeira, História e Ciências que favorecem a cola e outras que, ao contrário, obrigam os estudantes a pensar).
Não dá para negar: alguns jovens tentam colar só para desafiar você - ou para provar, a eles mesmos, que são "mais espertos". Esse é um comportamento comum na adolescência e tem a ver com autoafirmação. Há ainda os que não conseguem atender à expectativa de saber tantos conteúdos de uma só vez. Esse sentimento se agrava quando, nas avaliações, o professor pede definições de fatos e conceitos ou lança questões com um grau de dificuldade maior do que o trabalhado em classe. Se o teste é para "ferrar a turma", é totalmente compreensível que a garotada prepare colas. Finalmente, existem os que trapaceiam só para garantir a nota mínima e passar de ano. Não importa o caso. É papel de todo educador compreender por que isso ocorre e tentar desenvolver estratégias para minimizar o problema.
No que diz respeito à prova em si, há algumas características importantes a levar em consideração no momento de prepará-la. De cara, um exemplo elementar, mas que às vezes é esquecido: só faça perguntas sobre os conteúdos trabalhados previamente e com uma estrutura similar à que eles foram vistos em aula. Ou seja, não dá para ensinar de uma maneira e cobrar de outra. A turma precisa estar familiarizada com o que é pedido. Da mesma forma, é essencial saber o que exatamente se quer que os alunos respondam, tendo clareza quanto aos objetivos específicos de cada item. Uma boa dica é construir uma matriz com o que se pretende verificar.
Um exercício interessante é ler as provas que você costuma propor e pensar se fica mais fácil respondê-las tendo uma cola à mão. Questões com recortes muito específicos - aquelas que exigem memorização e fazem pouco sentido - são um convite à cola. Por outro lado, perguntas reflexivas e que pedem relações entre temas e fatos diversos não deixam margem para colar (leia, nas últimas páginas, exemplos de questões de Língua Portuguesa, Matemática, Língua Estrangeira, História e Ciências que favorecem a cola e outras que, ao contrário, obrigam os estudantes a pensar).
Itens:
- 1 Avaliações que levam os alunos a pensar
- 2 Qual é a melhor alternativa: múltipla escolha ou dissertativa
- 3 Exemplos de questões de Língua Portuguesa
- 4 Exemplos de questões de Matemática
- 5 Exemplos de questões de Língua Estrangeira
- 6 Exemplos de questões de Ciências
- 7 Exemplos de questões de História
*Esta é apenas parte do artigo, leia na integra no site: www.revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/prova-prova-cola-643157.shtml
Publicado em NOVA ESCOLA Edição 245, Setembro 2011.
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